Patricia Anahory [Cabo Verde]

Patricia Anahory é arquiteta, formada pelo Boston Architectural College e com mestrado em Arquitetura pela Princeton University. O seu trabalho transita entre academia e prática, abrangendo projetos de arquitetura, arte, educação e curadoria. Investiga e questiona narrativas predominantes de identidade e pertença nas práticas espaciais, especialmente a partir de uma perspetiva africana e afro-diaspórica.
Entre 2009 e 2012, foi Diretora Fundadora do CIDLOT, um centro de investigação multidisciplinar na Universidade de Cabo Verde, onde teve um papel fundamental na introdução de abordagens decoloniais na agenda de investigação da universidade e na construção de uma compreensão crítica das dinâmicas territoriais e do desenvolvimento local.
Atualmente, integra o Conselho de Assessores Acadêmicos do African Futures Institute, em Acra, Gana, e foi Professora Visitante na Columbia University. Foi também Visiting Fellow na Universidade de Joanesburgo, África do Sul, e avaliadora externa do curso de arquitetura na Namibia University of Science and Technology.
É co-coordenadora do Storia na Lugar, projeto que integrou a Bienal de Arquitetura de Veneza 2021, e co-curadora de her(e), otherwise, uma plataforma experimental para arquitetas africanas e da diáspora. Anahory dedica-se à criação de plataformas e espaços independentes, multidisciplinares e colaborativos voltados para a ideação, experimentação, documentação, disseminação e investigação sobre os processos espaciais africanos e da diáspora.
É coautora do livro Panorama da Arquitetura Habitacional em Cabo Verde (2022) e o seu trabalho integra as publicações 100 Women: Architects in Practice (2024) e The Phaidon Atlas of 21st Century World Architecture (2008).
Em 2024, foi residente da Vila Sul do Goethe-Institut Bahia, no âmbito do programa Rethinking the South – Repensando o Sul, financiado pela KfW Stiftung.
Anahory nasceu no mar, entre coordenadas que ecoam processos de sobrevivência, resistência e reinvenção do Atlântico, a bordo de um navio rumo a São Tomé e Príncipe, num tempo ainda marcado pelas lutas anticoloniais. Envolta nas ondas que transportavam ressonâncias da revolução e promessas de libertação, recebeu o nome em homenagem a Patrice Lumumba.